quinta-feira, 18 de junho de 2015



Francisco Cândido Xavier ( O PÃO NOSSO )
21 Mar alto
“E, quando acabou de falar, disse a Simão: Faze te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.” (Lucas, 5:4)

Este versículo nos leva a meditar nos companheiros de luta que se sentem abandonados na experiência humana. Inquietante sensação de soledade lhes corta o coração. Choram de saudade, de dor, renovando as amarguras próprias. Acreditam que o destino lhes reservou a taça da infinita amargura. Rememoram, compungidos, os dias da infância, da juventude, das esperanças crestadas nos conflitos do mundo. No íntimo, experimentam, a cada instante, o vago tropel das reminiscências que lhes dilatam as impressões de vazio. Entretanto, essas horas amargas pertencem a todas as criaturas mortais. Se alguém as não viveu em determinada região do caminho, espere a sua oportunidade, porquanto, de modo geral, quase todo Espírito se retira da carne, quando os frios sinais de inverno se multiplicam em torno. Em surgindo, pois, a tua época de dificuldade, convence te de que chegaram para tua alma os dias de serviço em “mar alto”, o tempo de procurar os valores justos, sem o incentivo de certas ilusões da experiência material. Se te encontras sozinho, se te sentes ao abandono, lembra te de que, além do túmulo, há
companheiros que te assistem e esperam carinhosamente. O Pai nunca deixa os filhos desamparados, assim, se te vês presentemente sem laços domésticos, sem amigos certos na paisagem transitória do Planeta, é que
Jesus te enviou a pleno mar da experiência, a fim de provares tuas conquistas em supremas lições.

Palestra " O PERDÃO " Maria Emilia.


segunda-feira, 15 de junho de 2015


 PÃO NOSSO (pelo Espírito Emmanuel)
20 A marcha
“Importa, porém, caminhar hoje, amanhã e no dia seguinte.”
Jesus (Lucas, 13:33)

Importa seguir sempre, em busca da edificação espiritual definitiva.
Indispensável caminhar, vencendo obstáculos e sombras, transformando
todas as dores e dificuldades em degraus de ascensão.
Traçando o seu programa, referia se
Jesus à marcha na direção de
Jerusalém, onde o esperava a derradeira glorificação pelo martírio. Podemos aplicar,
porém, o ensinamento às nossas experiências incessantes no roteiro da Jerusalém de
nossos testemunhos redentores.
É imprescindível, todavia, esclarecer a característica dessa jornada para a
aquisição dos bens eternos.
Acreditam muitos que caminhar é invadir as situações de evidência no
mundo, conquistando posições de destaque transitório ou trazendo as mais vastas
expressões financeiras ao círculo pessoal.
Entretanto, não é isso.
Nesse particular, os chamados “homens de rotina” talvez detenham maiores
probabilidades a seu favor.
A personalidade dominante, em situações efêmeras, tem a marcha inçada de
perigos, de responsabilidades complexas, de ameaças atrozes. A sensação de altura
aumenta a sensação de queda.
É preciso caminhar sempre, mas a jornada compete ao Espírito eterno, no
terreno das conquistas interiores.
Muitas vezes, certas criaturas que se presumem nos mais altos pontos da
viagem, para a Sabedoria Divina se encontram apenas paralisadas na contemplação
de fogos fátuos.
Que ninguém se engane nas estações de falso repouso.
Importa trabalhar, conhecer se,
iluminar se
e atender ao Cristo,
diariamente. Para fixarmos semelhante lição em nós, temos nascido na Terra,
partilhando lhe
as lutas, gastando lhe
os corpos e nela tornaremos a renascer.


quinta-feira, 11 de junho de 2015


O PÃO NOSSO (Francisco Cândido Xavier)

 19 Falsas alegações

“Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo?
Peçote que não me atormentes.” (Lucas, 8:28)


O caso do Espírito perturbado que sentiu a aproximação de Jesus,
                     recebendo lhe a presença com furiosas indagações, apresenta muitos                           aspectos dignos de estudo.
A circunstância de suplicar ao Divino Mestre que não o atormentasse
requer muita atenção por parte dos discípulos sinceros.
Quem poderá supor o Cristo capaz de infligir tormentos a quem quer que
seja? E, no caso, trata se de uma entidade ignorante e perversa que, nos íntimos
desvarios, muito já padecia por si mesma. A vizinhança do Mestre, contudo, trazialhe
claridade suficiente para contemplar o martírio da própria consciência, atolada
num pântano de crimes e defecções tenebrosas. A luz castigavalhe
as trevas interiores e revelava lhe a nudez dolorosa e digna de comiseração.
O quadro é muito significativo para quantos fogem das verdades religiosas
da vida, categorizando lhe o conteúdo à conta de amargo elixir de angústia e
sofrimento. Esses espíritos indiferentes e gozadores costumam afirmar que os
serviços da fé alagam o caminho de lágrimas, enevoando o coração.
Tais afirmativas, no entanto, denunciam nos. Em maior ou menor escala,
são companheiros do irmão infeliz que acusava Jesus por ministro de tormentos.